A propósito de um comentário colocado por um ilustre anónimo no "post" do óleo de Mariana Burmester ilustrado pelo poema de Sophia de Mello Breyner.
Para quem não se deu ao trabalho de ver (e bem) "ecce" o dito cujo comentário :
"Somos o que fomos... Somos o que somos. A importancia do passado é inequestionável, mas somos julgados e analisados pelo que fomos e não pelo que somos. Abomino determinantemente tal acto! Abomino o julgamento pelo que fui e não pelo que sou!Tudo isto só para condenar um blog virado para o passado esquecido e enterrado e não para o presente e o futuro vindouro. Estou em paz, simplesmente a crítica crepita-me no sangue."
Meu caro amigo anónimo:
Neste blog não fazemos moderação de comentários, todos são publicados. Não há nenhum tipo de filtro ou censura. Convenhamos no entanto que também nos reservamos o direito de fazer comentários a alguns comentários. Sempre com um sentido pedagógico. Vejamos :
O meu amigo anónimo afirma que “somos o que fomos”. No entanto diz que condena este blog por ser virado para o passado. Então, ou se condena a si próprio ou tem dificuldade em ver-se ao espelho. Mas diz mais. Diz que “somos o que somos”. A minha torradeira também torra pão quando o torra. Não me parece uma “tirada” particularmente inteligente esta do que “somos o que somos”. Diz que “A importancia do passado é inequestionável”. Talvez quisesse dizer inquestionável mas nunca se sabe. E acrescenta : “mas somos julgados e analisados pelo que fomos e não pelo que somos. Abomino determinantemente tal acto! “ Compreendo-o perfeitamente. Eu nunca fui analisado mas sou solidário consigo. Já não bastava terem-no julgado e ainda por cima analisaram-no. Execrável.
Nem nas prisões da Nigéria isso acontece, tão abominavelmente.
Gosto particularmente desta sua "tirada" : “um blog virado para o passado esquecido e enterrado e não para o presente e o futuro vindouro”.
O futuro vindouro. Fico preocupado com semelhante futuro.
Quanto ao achar que também não está virado para o presente fico duplamente preocupado. Desta vez consigo.
“Estou em paz, simplesmente a crítica crepita-me no sangue.”
Melodramático.
Qualquer observador desatento percebe que o nosso amigo anónimo não está em paz. Nem simplesmente. E que não é a crítica que lhe crepita no sangue. É a maldade e covardia dos anónimos.
José Manuel Barbosa
1 comentário:
É curioso proceder à execrável análise do tal post anónimo: é um discurso que pretende ter uma perspectiva volumétrica mas que se fica pelo mundo plano do bidimensional. Trata-se obviamente dum jacobino em potência - e, como tal, um ignorante profundo do que critica de forma tão crepitante (!). Critica para dizer que existe! Pergunto-me se não estaremos simplesmente face a um caso patológico de marxismo frustrado. Isso explicaria muito deste texto desconchavado. AEQ
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