sexta-feira, 13 de julho de 2007

Tradução para inglês de «Os Maias» festejada em INGLATERRA


Os clássicos devem voltar a ser traduzidos várias vezes, defende Margaret Jull Costa, cuja tradução para inglês de «Os Maias», de Eça de Queirós, é celebrada hoje na Embaixada de Portugal no Reino Unido. “Com os clássicos, como o Eça, é sempre bom ter uma nova tradução todos os 40 ou 50 anos”, sustenta a tradutora. No mercado existe uma outra tradução do romance oitocentista, mas Eça, “um escritor maravilhoso” no entender de Jull Costa, e «Os Maias» estão ao nível de “[Leon] Tolstoi, [Feodor] Dostoievski ou «D. Quixote» [de Cervantes] - estão sempre a ser feitas novas traduções”. Apesar de ser um livro que caracteriza a sociedade portuguesa do século XIX, a tradutora identifica nele elementos contemporâneos e questiona-se mesmo se “Portugal mudou muito”. “As coisas de que ele faz troça, como o ‘snobismo’ e os políticos pomposos, ainda existem”, refere. “Para um leitor inglês, o que interessa é que Eça é um excelente contador de histórias e o seu sentido de humor é parecido com o britânico”, frisa. A tradução do livro, lançada em Março, é assinalada como parte de uma série de eventos organizada pela embaixada, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia. A maioria das traduções das obras de Eça foi realizada há muitos anos e muitas estão fora do mercado por se terem esgotado as edições. Margaret Jull Costa traduziu no passado outros títulos do escritor, como «A Relíquia», «O Mandarim», «A Tragédia da Rua das Flores» e «O Crime do Padre Amaro». Tradutora de Fernando Pessoa, António Lobo Antunes e Lídia Jorge, Jull Costa foi distinguida em 2000 com o prémio Weidenfeld pela tradução de «Todos os Nomes», de José Saramago.
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