segunda-feira, 28 de julho de 2008

A TERRA DA MENINA DO MAR E DO COMBOIO

A Cidade dos Transportes

Da produção de um documento visual público

Afinal, a memória
Afinal eram iguais os homens
as mulheres
vistos de cima
quando abanavam ligeiramente a cabeça
para a frente e para trás
ao mesmo tempo,
ou se inclinavam nas horas da infância , da minha infância,
ou quando mexiam no cabelo uns dos outros
para eu adormecer.
Afinal a memória era um lugar parecido
com a memória , e o sonho era um lugar parecido
com a memória, e o sonho era um lugar parecido
com a memória, e nós talvez fôssemos todos, na verdade,
parecidos
uns com os outros.

In O problema de ser norte
Filipa Leal, 2008,
Deriva Editores

Poderia-se chamar a terra dos comboios.A GRANJA foi construída com base no comboio e todas as casas ou quase todas não viradas para o mar,aliás como as mais recentes, mas viradas para a linha do caminho de ferro.
Este poema lindíssimo da Filipa Leal espelha bem isso, a nossa memória e os transportes.

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