A última edição da prestigiada revista inglesa Bulletin of Hispanic Studies considera “excelente” a biografia escrita pela investigadora do ICS. A crítica é assinada por Thomas F. Earle, um dos mais conceituados professores da Universidade de Oxford.
Maria Filomena Mónica, investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS), viu recentemente a sua Biografia de Eça de Queiroz receber críticas bastante positivas numa recensão publicada no mais recente número da Bulletin of Hispanic Studies, uma das mais influentes revistas dedicadas ao estudo do mundo ibérico.A crítica literária, a propósito da versão inglesa do livro editada pela Woodbridge, foi escrita por Thomas F. Earle, um dos mais conceituados professores de estudos portugueses da Universidade de Oxford, que considerou “excelente” a biografia da autoria de Maria Filomena Mónica. Para a socióloga e investigadora do ICS, “o prefácio que Sir Raymond Carr escreveu na edição anglo-saxónica foi decisivo. Estou confiante que esta não será a única recensão”. No texto publicado na Bulletin of Hispanic Studies, Thomas F. Earle refere que esta biografia “pode encorajar os leitores ingleses a penetrar no mundo do maior dos romancistas portugueses”. O professor faz ainda alusão à dificuldade da autora de obter material sobre Eça de Queiroz já que a maior parte da documentação pessoal do escritor perdeu-se num naufrágio do barco que fazia a ligação entre França e Portugal. A difícil relação de Eça com a mãe e o seu distanciamento face à vida intelectual francesa são alguns dos pontos que Thomas F. Earle destaca na sua crítica. As mentiras de EçaPublicada em 2001, a Biografia de Eça de Queiroz resultou de uma investigação que, ao longo de cinco anos, levou Maria Filomena Mónica a consultar cartas, relatórios consulares, opúsculos, artigos de imprensa e também a biografia escrita por João Gaspar Simões em 1945. Admiradora do escritor desde a adolescência, a socióloga publicou este ano Ensaios sobre Eça de Queiroz, que reuniu textos com diversas origens. Para a investigadora, “além do seu notório talento literário, Eça era um homem inteligente, irónico e lúcido”, qualidades que confessa apreciar. Contudo, as pesquisas efectuadas levaram-na a tomar contacto com aspectos mais sombrios da personalidade do romancista. “Ao longo dos últimos anos, vim a descobrir as mentiras que Eça escreveu sobre o concurso para cônsul a que se submeteu, bem como a polémica de que, em diversas ocasiões, o escritor plagiara autores franceses.
Em suma, descobri que Eça era um génio mas não um santo”.
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