terça-feira, 4 de agosto de 2009

Farófinha e o Bernardo em Guimarães 1996


Farófinha meu amor

Fui nesta areia solta a simples praia
de brancos grãos e pedras construída
p’lo sol poente e quente que desmaia
a luz do arco-íris escondida.

Fui destes brancos grãos a pedra rara
a que chamaram cal do monte erguida
os que acharam por bem ser esquecida
em Sol poente e quente, a pedra de ara.

Embora pensem outros que não sou
descanso agora longe do lugar.


Se bem que já não ande à mão da trela
o ser que sou desmanda o cão que vela
o cheiro aceso a incenso doutro altar.

A mão que o amor tão quente me fez dela
a irmã distante em raças de aguarela,
é Mãe nascida e querida noutro Amar.

poema de
José Manuel Barbosa


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