sábado, 19 de junho de 2010
A MORTE DE JOSÉ SARAMAGO
MESMO NÃO GOSTANDO DA ESCRITA DELE, E DISSE-LHE PESSOALMENTE EM GUIMARÃES NA BIBLIOTECA MUNICIPAL RAUL BRANDÃO, NÃO DEIXA DE SER O ÚNICO NOBEL PORTUGUÊS
Não me Peçam Razões...
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
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