sábado, 20 de fevereiro de 2010

AS CANCELAS DA GRANJA DAVAM UM FILME CANDIDATO AOS OSCARES




A cancela está quase sempre fechada, com os comboios a passarem sucessivamente. À espera, filas e filas de automóveis, com os condutores em desespero. E a guarda da linha escondida para não ser insultada. É assim em Arcozelo, Vila Nova de Gaia.

Os automobilistas, com os nervos à flor da pele, chegam a esperar meia hora para conseguir ultrapassar a barreira. E já houve casos de automóveis presos na fila e em cima da linha, com os comboios quase a chegar.

A solução poderia passar pela construção de uma passagem desnivelada. Contactada pelo JN, a Refer até diz que a Câmara vai construir tal passagem. Só que a Autarquia desmente a empresa e diz que não vai construir nada.

Todos os dias, sobretudo entre as 17.30 e as 19 horas, quando a passagem de nível norte da Granja, na freguesia de Arcozelo, fecha durante longos períodos de tempo para deixar passar os comboios, assiste-se a um verdadeiro caos.

Situada a poucos metros da EN109, é um local de muito trânsito, já que se trata do acesso à zona balnear da Granja e à piscina municipal onde, todos os dias, dezenas de crianças têm aulas de natação. São os pais dessas crianças os mais indignados por não ter sido ainda encontrada solução.

"Uma vez, desesperei-me. Tinha deixado a minha filha mais nova na aula de natação para ir buscar o mais velho ao colégio. Por uns segundos não consegui passar a tempo e vi-me obrigada a esperar. Passaram-se uns 20 minutos e eu a saber que a aula da minha filha já tinha terminado e ela estava sozinha à espera. Daquela vez, a guarda entendeu e abriu a cancela, mas esta é uma situação vivida todos os dias", contou Cidália Rebelo, acrescentando que a alternativa, a passagem desnivelada da Aguda, mais a norte, não serve para quem não conhece bem a zona.

"Nós não somos responsáveis por accionar os sinais. É automático. Quando os ouvimos, temos de fechar as cancelas e só quando param é que podemos voltar a levantá-las. Antes disso, corremos o risco de se dar aqui uma desgraça", explicou uma das guardas, Julieta Folgado.

E a verdade é que a situação já esteve iminente. "É uma passagem com muito trânsito e muitos peões, mas também é uma linha onde passam muitos comboios, sobretudo à hora de ponta, que é também quando vêm os pais com as crianças para a piscina", explicou a funcionária. "Não podemos fazer nada. Já nos bastam os sustos que apanhamos quando as filas de trânsito são tão grandes que os carros ficam parados em plena passagem, com a EN109 entupida e ninguém a conseguir ir para trás ou para a frente, e nós a precisar de fechar as cancelas porque há comboios a chegar", acrescentou Julieta Folgado.

A Refer disse que a construção de uma passagem desnivelada já está prevista e que estará a cargo da Câmara de Gaia. Porém, o vice-presidente da autarquia, Marco António Costa, assegura que isso não corresponde à verdade.

"É inaceitável que a Refer queira atirar essa obra para a Câmara quando, por lei, é da sua inteira responsabilidade. Aliás, há muito que a Refer devia ter tratado de suprimir a passagem de nível da Granja por se tratar de uma das mais concorridas do país em termos de trânsito e das mais perigosas e por estar ininterruptamente fechada", afirmou o autarca.

ver em JN
artigo de Natacha Palma
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Vila Nova de Gaia

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A GRANJA DE CIMA ou A FALTA DA HISTÓRIA DOS QUE MANTIVERAM SEMPRE A GRANJA




Desde a Granja dos Frades de Grijó e da Granja dos Ayres, até à Praia da Granja dos Nossos Dias.
Introdução, notas e legendas de Alfredo Ayres de Gouveia Allen.


PARA QUANDO A GRANJA NÃO DOS QUEQUES BANHISTAS MAS A hISTÓRIA DOS QUE SEMPRE SUSTENTARAM A PRAIA DAGRANJA?????
HÁ QUE FAZER ISSO COM URGÊNCIA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN E MARIA SOUSA TAVARES







Fotogramas do filme ‘Sophia de Mello Breyner Andresen’, de João César Monteiro (1969)

«Eu saía da água junto aos joelhos dela, a sentir-me translúcida, levíssima como o cefalópode com muitos braços, uma galáxia de braços. Não era para ela, era com ela. Poucas coisas são tão alegres como o egoísmo de duas crianças síntonas no seu brinquedo, que era o mar.
– A partir de certa idade, Maria, o mar rejeita-nos.
– Ora, Sophia, é só a água na cara que a enerva, isso há-de passar.
Não era caridade, era compaixão. Compaixão com ela do que um dia havia de me esperar. O mar hostil.
Íamos já a caminho de casa, do delicioso spaghetti frio que ela temperava com ervas e azeite virgem, alcaparras ou anchovas, do peixe frio marinado em calda, como se come no mar, comido no alpendre, debaixo da renda de heras. E da noite, que já avermelhava no horizonte marinho do almoço tardio.
Da noite, em que vestidas de lavado, cabelo desamarrado, o dela uma sedinha solta, o meu afrodionisíaco, como ela o dizia, roupas longas, soltas e largas, falávamos de tudo e de nada, até às mais altas horas, que lhe convinham, a ela e a mim. Bebíamos vinho branco gelado, não havia retsina, pena para ela, bom para mim, que não gosto de quase nada do que vem da Grécia, excepto a comida e as azeitonas talhadas com alho e tomilho, o que a chocava, mas não tanto quanto seria de esperar.
– Ruínas, por mais belas, amarguram-me, Sophia.
Falávamos na noite, no alpendre quase morno, sem tom nem som. Nenhuma das duas era desesperadamente musical. Não havia música nem nos fazia preciso. Falávamos mais de todos do que de tudo; do tudo eram a arte e a poesia – nem política, nem mundos a mudar. Não era a prudência de pertencermos a facções políticas diferentes. Era a força de indiferenciação da noite, quando as mulheres falam. Falávamos de amores, de filhos, de amigos e desamigados. Desse mundo ginecêutico e caótico, onde tínhamos ambas de manter aparências. Brilhávamos na meia obscuridade como as estrelas que se viam no céu limpo, mortais e imortais, passe a solenidade.
Porque não éramos solenes.»

[in Sophia: Vozes, de Maria Velho da Costa, prefácio ao livro Evocação de Sophia, de Alberto Vaz da Silva, Assírio & Alvim, 2009]

ver em BIBLIOTECÀRIO DE BABEL
http://bibliotecariodebabel.com/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

FIM DE SEMANA DA AJOVEM

A Ajovem vai uma vez mais realizar o seu Fim de Semana com actividades desportivas e culturais. Este ano o FSAjovem vai realizar-se nos próximos dias 19, 20 e 21 de Março em Melgaço. Claro está que iremos dormir na pousada da Juventude local.
A saída está programada para as 18h 30 do dia 19 (sexta feira) e o regresso no dia 21 às 19h.
O preço desta actividade será de 80 euros para Sócios e 90 euros para os Não Sócios.
A actividade inclui:
2 noites de estadia;
Pequenos almoços;
Almoço e Jantar de Sábado, Almoço de Domingo (O Jantar de Sexta será da responsabilidade dos participantes);
Caminhada, percurso de montanhismo;
Paintball, slide, btt, passeio de cavalo - a definir uma actividade destas;
Percurso de orientação nocturno;
Visita ao museu do Alvarinho, com prova de vinhos;
Visita ao museu do cinema;
Animação diurna e nocturna.

Inscreve-te, pois para estes preços temos garantidos 36 lugares.

Telem: 969066503 (José Pedro)
email: geral@ajovem.org


Saudações

Pela Ajovem!